O contrato feito entre Grêmio e a Construtora OAS para construção da "Arena do Grêmio" vai servir para a empreiteira baiana ( pertencente a família do falecido Antonio Carlos Magalhães ou "Toninho Malvadeza, como queiram ) se apossar de todo patrimônio do Clube, deixando seus associados no ora-veja !
O Grêmio deverá entregar todos os imóveis da Azenha - mais de9 hectares em área nobre e central - devidamente quitados e sem dívidas, à OAS, que lá quer construir espigões que serão seus e do Banco Santander, avalista do negócio.
Em troca, o Grêmio ganhará o direito de ser "inquilino" da OAS na Arena durante vinte anos ! A OAS vai ser "dona" do Olímpico, que ela pretende demolir e o Grêmio, simplesmente inquilino da Arena !
Já viram um negócio como este ?
Para isso, a baiana OAS está criando duas empresas filiadas; uma que será Proprietária do terreno do Humaitá ( 66 hectares ), e outra que será "Superficiária" do mesmo terreno e de todas as construções, isto é, vai administrar tudo.
Nessa marosca, a Superficiária (OAS) pagará a Propietária (OAS) um valor para o uso e da Arena durante 20 anos. Só depois desse tempo, o Grêmio receberá esse valor, como preço dos imóveis que já terá entregue à OAS - todos os imóveis da Azenha, inclusive o Olímpico com todas dívidas pagas.
A área da construção será de 180 mil metros quadrados, mas o espaço que o Grêmio poderá usar é só dez mil metros quadrados ( vestiários, memorial, salas de imprensa
e administrativas mais o uso de apenas 314 vagas de estacionamento, cabendo à OAS todas as outras vagas (1915), mais o resto do terreno e os espigões.
A OAS deverá construir a Arena num período de 30 meses. Então, poderá arrendá-lo ao Grêmio, que não poderá fazer seus treinos naquele estádio, nem escolher o nome dele.
Também os sócios patrimoniais não terão direito a ingressos, a não ser pagando.
A Superficiária OAS, durante 20 anos, gozará as seguintes vantagens:
1 - resultado da bilheteria de todos os eventos realizados lá;
2 - 100% da renda dos de campeonatos e amistosos:
3 - 100% das rendas dos jogos que o Grêmio tiver direito nos estádios dos adversários;
4 - os direitos de tv, publicidade e patrocínio da equipe caberá ao Grêmio, mas esses valores serão entregues como garantia à OAS até serem pagas as dívidas da Azenha.
5 - O Grêmio tem obrigação de usar somente a Arena para todos os seus jogos, pelo fato de que a renda pertence à OAS, mas não poderá usá-la para treinos;
6 - O Grêmio não pagará a OAS o uso do estádio nas partidas de campeonato em que tiver mando de campo, mas deverá responder com o custo de cada associado que pagar a mensalidade ao Clube e quiser acessar a Arena.
7 - O Grêmio terá que pagar a manutenção das dependências da Arena que usar.
8 - A administração da Arena terá dois votos do Grêmio e três da OAS.
Pergunta-se: O Grêmio é "pato" ou "laranja" nesse negócio ?
Texto de Tania Faillace - Escritora, jornalista e ambientalista
Edição de Vittório Emmanuel Benevenutto
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