Tava no meio da
rua
Com cara de
louca fissura,
Precisava
pedaços de lua,
Mas tinha só sol
e cerração...
O peito rasgado,
A cabeça
querendo explodir,
Corpo andando
mecanicamente
Sem destino por
ruas e avenidas,
Sempre as mesmas
coisas mundanas:
Altos espigões,
lojas, cinemas e formigas...
Muitas formigas,
apressadas
E também sem
nenhum destino...
No meio de tanta
agitação, barulho e poluição,
Um casal de
namorados parece que não percebe
Todo esse caos
de businas, de fumaça, de perdição...
E se ama como se
a vida fosse bela
E todo mundo
fosse feliz...
Um momento de
amor e poesia que,
Ao dobrar uma
esquina qualquer,
Desaparece...
E tudo continua
igual: espigões, lojas,
Cinemas,
formigas, concreto...
Uma grande e
louca fissura !
Vittório Emmanuel
Benevenutto