No Mundo
Alguns estudiosos apontam que o "distúrbio do colapso das colônias" (em inglês, Colony Collapse Disorder, CCD) se refere à dizimação em massa de populações de abelhas, atualmente ocorrendo em diversos países. O CCD é provavelmente efeito de uma combinação de fatores, especialmente perda de habitat, doenças e uso de certos agrotóxicos, especialmente inseticidas de uso agrícola.
No inverno de 2006/2007 a doença afetou as abelhas estadunidenses. De acordo com a USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, na sigla em inglês), cerca de 30 e 60% das abelhas sumiram na Califórnia (oeste) e mais de 70% em algumas regiões da costa leste e no Texas (sul).
Um fenômeno semelhante está sendo observado por apicultores europeus em Bélgica, França, Países Baixos, Polônia, Grécia, Itália, Portugal e Espanha. Em vista disso, a Comissão Europeia tem tentado suspender temporariamente a aplicação de alguns agrotóxicos neonicotinoides mas enfrenta o forte pressão dos fabricantes.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), as abelhas, sobretudo as silvestres, polinizam 71 de pouco mais de 100 culturas que respondem por 90% da oferta global de alimentos. (Albert Einstein dizia que, se elas desaparecessem os humanos sumiriam em cinco anos).
Nos Estados Unidos, a polinização das plantações por abelhas e outros insetos contribuiu com 29 bilhões de dólares na receita dos produtores agrícolas em 2010
No Brasil
Em julho de 2012, dada ocorrência de vários casos de CCD no Brasil, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proibiu temporariamente a aplicação de quatro inseticidas - o fipronil, que é um pirazol, e três neonicotinoides
(imidacloprida, clotianidina e tiametoxam) - em lavouras que recebem insetos polinizadores, pois os neonicotinoides funcionam como neurotoxinas que interferem no sistema nervoso dos insetos, prejudicando o olfato e a memória, elementos essenciais para a manutenção das colmeias.
Posteriormente, por pressão do poderoso lobby
do agronegócio, o Ibama teve de ceder e baixou duas instruções normativas com a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Essas instruções enfraquecem a medida anterior. A primeira delas, de outubro de 2012, liberou a pulverização aérea dos quatro agrotóxicos, e a segunda, publicada no início de janeiro de 2013, flexibilizou ainda mais a medida original, apenas protegendo a floração.
Pouco depois, em fevereiro de 2013, na região de Dourados, Mato Grosso do Sul, um apicultor relatou que suas 70 colmeias (onde quase 3,5 milhões de abelhas produziam mais de 1 tonelada de mel ao ano) entraram em colapso, no curso de poucos dias. O caso está sendo investigada pelo governo do Mato Grosso do Sul mas, segundo Osmar Malaspina, professor do Instituto de Biociências da UNESP Rio Claro, São Paulo, "há forte suspeita de que a morte das abelhas tenha sido provocada pela aplicação de um inseticida da classe dos
neonicotinoides em um canavial".
O imidacloprido é um campeão mundial de vendas no mercado de inseticidas. Foi desenvolvido nos anos 1970 pela Shell e, na década de 1980, pela Bayer. As vendas globais estimadas de imidacloprido totalizam pouco mais de 1 bilhão de dólares por ano. O segundo lugar em faturamento cabe ao tiametoxam, da Syngenta, com mais de US$600 milhões ao ano.
Pesquisa: Wikipédia
Edição de Vittório Emmanuel Benevenutto