sexta-feira, 30 de setembro de 2011

DIA A DIA NO ESCRITÓRIO



Chega atrasado. Bate o ponto. Pega a apólice. Emite a apólice. Confere a apólice. Se suja de matriz. Se borra de carbono... Pensa em Birô... Busca lanche. Vai no banheiro. Lava as mãos.
Conversa. Canta... Birô continua no pensamento... Onze e vinte, sai. Pega o onibus. Almoça em casa. Dorme no onibus. Birô novamente... Na parada, dez pra uma. No serviço, uma e trinta. Bate o ponto. Três e trinta, lanche. Ameixa, melão ou pessego? Birô persiste... Seis e dez. Bate o ponto. Seis e quinze. Dúvida... Juca ou Serraria? Onibus lotado. Corpo cansado e suado. Coração amassado. Muito sono. Vontade de sentir. Cheirar. De ter Birô... Vontade de correr mais que o onibus. De ser sabiá para alegrar Birô... Onibus deixa na parada. Chega em casa. Triste. Violão na casa de Birô. Discos também.
O que fazer?... Deitar. Dormir cansado. Sonhar coisas belas. Acordar molhado de suor... A mão lisa e fria na escuridão arranha...
Acende a luz. Nada... O que será?




Vittório Emmanuel Benevenutto

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