Viajei por
terra e mares...
Pra esquecer
meus penares...
Visitei
estranhos povos,
Conheci
costumes novos...
E procurei
algo de imaginário,
Assim como um
relicário,
Receptácu-lo
de novas esperanças,
Procurando,
mas em vão, enganar meu coração
Com algo que
não se alcança...
Que procurava
eu nessa louca caminhada ?
Quais os
sonhos da minha alma magoada ?
Talvez fosse
em busca de alegria...
Ou, quem sabe,
esquecer a nostalgia....
E eu me vejo
perguntando,
Como a mim
mesmo sonhando...
Que foi feito
de ti ?
Onde
encontrarei-te ?
Agora onde
andarás ?
Oh doce sonho
de noite de verão...
Onde
conduziste a minha ilusão ?
Oh doce
poesia, onde estás ?
Estás na asa
do vento ?
Nas nuvens do
firmamento ?
Na rosa
desabrochando ?
Nos
passarinhos cantando...
Numa linda
manhã de sol ?
Ou no próprio
arrebol...
Alumiando o
amanhecer ?
Ou no murmúrio
da fonte,
na beleza do
horizonte
Prenunciando
ao anoitecer ?
A poesia
responde:
"Poesia
não se esconde,
Está em todo
lugar,
É fácil de
procurar...
No verde lindo
da floresta,
Mostrando a
natureza em festa...
No doce
murmúrio do rio...
Lá do vale
desenhado,
Como um
espelho plantado
Por mão
surgindo do nada...
A poesia
sonhada...
Manoel José
Braz
Edição de Vittório Emmanuel Benevenutto
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