quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

POESIA ONDE ESTÁS ?



Viajei por terra e mares...
Pra esquecer meus penares...
Visitei estranhos povos,
Conheci costumes novos...
E procurei algo de imaginário,
Assim como um relicário,
Receptácu-lo de novas esperanças,
Procurando, mas em vão, enganar meu coração
Com algo que não se alcança...

Que procurava eu nessa louca caminhada ?
Quais os sonhos da minha alma magoada ?
Talvez fosse em busca de alegria...
Ou, quem sabe, esquecer a nostalgia....
E eu me vejo perguntando,
Como a mim mesmo sonhando...
Que foi feito de ti ?
Onde encontrarei-te ?
Agora onde andarás ?
Oh doce sonho de noite de verão...
Onde conduziste a minha ilusão ?
Oh doce poesia, onde estás ?

Estás na asa do vento ?
Nas nuvens do firmamento ?
Na rosa desabrochando ?
Nos passarinhos cantando...
Numa linda manhã de sol ?
Ou no próprio arrebol...
Alumiando o amanhecer ?
Ou no murmúrio da fonte,
na beleza do horizonte
Prenunciando ao anoitecer ?

A poesia responde:
"Poesia não se esconde,
Está em todo lugar,
É fácil de procurar...
No verde lindo da floresta,
Mostrando a natureza em festa...
No doce murmúrio do rio...
Lá do vale desenhado,
Como um espelho plantado
Por mão surgindo do nada...
A poesia sonhada...


Manoel José Braz



Edição de Vittório Emmanuel Benevenutto


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