Minha alma de sonhar-te anda perdida,
Meus olhos andam cegos de te ver,
Não és se quer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda minha vida,
Não vejo nada assim, enlouquecida,
Passo no mundo meu amor a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida,
Tudo no mundo é frágil, tudo passa,
Quando digo isso toda graça
De uma boca divina fala em mim
E olhos postos em mim, vivos de rastros,
Podem criar mundos, morrer astros,
Que tu és como um Deus, princípio e fim.
Meus olhos andam cegos de te ver,
Não és se quer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda minha vida,
Não vejo nada assim, enlouquecida,
Passo no mundo meu amor a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida,
Tudo no mundo é frágil, tudo passa,
Quando digo isso toda graça
De uma boca divina fala em mim
E olhos postos em mim, vivos de rastros,
Podem criar mundos, morrer astros,
Que tu és como um Deus, princípio e fim.
Florbela Espanca
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